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Governo assina primeira PPP de SC e aposta na aviação para impulsionar a região Sul

Entrevista com o secretário Beto Martins revela bastidores e expectativas para a primeira PPP da aviação regional em Santa Catarina

Por Ligado no Sul04/06/2025 10h00
Foto/Eduardo Valente-GOVSC

Na manhã de terça-feira, 3, o governador Jorginho Mello assinou o contrato de concessão do Aeroporto de Jaguaruna à iniciativa privada, consolidando a primeira parceria público-privada (PPP) da história do Governo de Santa Catarina no setor. A gestão do aeroporto ará a ser feita pelo Consórcio Regional Sul Airport, vencedor do leilão realizado na B3, com um contrato válido por 30 anos.

A nova concessionária será responsável pela exploração, manutenção e expansão do terminal. Ao longo do período, o investimento total poderá ultraar os R$ 70 milhões, incluindo reformas no terminal de ageiros e eventual alargamento da pista de pouso. A expectativa é de que o aeroporto se torne um polo regional mais moderno e eficiente, fortalecendo a malha aérea do Sul catarinense.

Em entrevista concedida ao Jornal da Guarujá nesta quarta-feira, 4, o secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, comemorou o avanço. “Ontem foi um dia de apresentar um resultado efetivo para Jaguaruna, que durante muito tempo viveu na lenga-lenga. Um dia a companhia aérea vinha, outro dia saía. Agora, com essa concessão, damos um o importante para consolidar o aeroporto como referência regional”, afirmou.

O terminal vinha sendo alvo constante de críticas por parte de usuários devido à infraestrutura limitada. “O principal gargalo do aeroporto hoje é o terminal de ageiros, pequeno e incompatível com a demanda da região. Essa será a primeira prioridade do plano de investimentos”, garantiu Beto Martins.

Mais voos e preços competitivos

Atualmente, a Latam realiza um voo diário entre Jaguaruna e São Paulo (Guarulhos). Com a nova gestão, a malha aérea será ampliada gradualmente. “A partir de junho teremos mais três voos semanais, e em outubro, cinco. Ou seja, de segunda a sexta, haverá dois voos diários. Isso representa um aumento de 70% na oferta em relação ao que tínhamos antes”, destacou o secretário.

Outro ponto que costumava desestimular os usuários era o preço das agens. Martins refutou essa crítica, reforçando que, com antecedência, é possível encontrar tarifas íveis. “Se você buscar uma agem com três ou quatro meses de antecedência, encontrará valores a partir de R$ 350 ida e volta. Hoje não há mais desculpas para não usar Jaguaruna.”

A expectativa é que a movimentação salte dos atuais 135 mil ageiros por ano para uma média de 188 mil. “Estamos em campanha forte para que a população do Sul abrace o aeroporto como sua principal alternativa aérea”, disse.

Investimento e autossustentabilidade

Segundo o secretário, a concessão prevê investimentos obrigatórios de R$ 38 milhões por parte da concessionária, com possibilidade de aumento conforme as necessidades operacionais. O Estado, por sua vez, poderá aportar até R$ 2,02 milhões conforme as entregas forem sendo executadas, além de uma contraprestação anual de até R$ 158 mil. “Nosso grande objetivo é tornar o aeroporto autossustentável. Para isso, é fundamental que os catarinenses em a usar Jaguaruna como primeira opção. Florianópolis está lotado, tem incertezas de o. Já Jaguaruna é próxima, segura e com boa malha aérea. Agora é uma questão de cultura”, pontuou.

A pista de 2.499 metros – a maior do estado em comprimento – poderá ser alargada futuramente, caso haja necessidade de receber aeronaves maiores. Hoje, ela já comporta voos com aviões Airbus e Boeing 737.

Modelo de gestão portuária também foi pauta

Durante a entrevista ao Jornal da Guarujá, o secretário também falou sobre o cenário portuário catarinense, especialmente a recente mudança na istração do Porto de Itajaí, que ou da gestão municipal para o controle direto do governo federal, agora sob responsabilidade da Companhia Docas de Santos.

Com mais de 37 anos de experiência no setor logístico, o secretário preferiu uma análise técnica, evitando a politização do tema. “O papel que desempenho no governo é técnico. O governador Jorginho me chamou justamente pela minha experiência no setor portuário, e é com base nessa vivência que eu digo: os portos que mais deram certo no Brasil são os que tiveram uma gestão próxima da sociedade e da comunidade”, afirmou.

Martins citou como exemplo os portos de Imbituba e São Francisco do Sul, delegados ao Governo do Estado de Santa Catarina, que segundo ele, vivem um ciclo de expansão e impacto direto na economia local. “Fui prefeito de Imbituba de 2005 a 2012. Quando assumi, o porto movimentava 200 mil toneladas por ano. Hoje são mais de 8 milhões. Isso mudou a cidade. Mais de 60% da economia de Imbituba gira hoje em torno do porto. A arrecadação da prefeitura cresceu, os investimentos vieram. Tudo porque houve gestão próxima, ativa, presente.”

Sobre o caso de Itajaí, o secretário mostrou preocupação com o novo modelo. “Hoje o Porto de Itajaí está sendo istrado pelo Porto de Santos, o maior concorrente do Sul. É um modelo difícil de acreditar. Como é que alguém em Santos, a quase mil quilômetros de distância, vai conseguir entender e atender com agilidade a realidade de Itajaí?”

Apesar da promessa federal de criar uma Companhia Docas própria para Santa Catarina, Martins considera que tempo e oportunidades já foram perdidos. “Sim, agora vão criar a Companhia Docas de Itajaí, mas muito tempo já se perdeu. Quando você tem uma istração local, presente no dia a dia do porto, as chances de sucesso são sempre maiores. E a decisão final, todos devem entender, é da União — os portos públicos pertencem ao governo federal. Ele pode istrar diretamente, ou delegar para estados, municípios ou a iniciativa privada.”

O secretário finalizou destacando que, até o momento, Itajaí será o único porto público de Santa Catarina sob gestão direta do governo federal, enquanto os demais seguem sob modelos descentralizados com bons resultados.

Confira entrevista completa

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