Por que os vícios de linguagem indicam um pensamento mal formulado? Por Vanessa Perin

Muitas pessoas acreditam que falar bem é apenas questão de dicção ou de vocabulário bonito, mas a base da boa comunicação está no pensamento organizado.
E quando isso não acontece, os vícios de linguagem aparecem… repetitivos, vazios, automáticos.
Esses vícios vão muito além de “palavras feias” ou “tiques de fala”. Eles são “sintomas”. Sintomas de um raciocínio que não está claro nem para quem fala. Se o pensamento está desorganizado, a fala se embaralha, hesita, enrola.
Para resolver isso, responda mentalmente estas três perguntas antes de falar:
1.Qual o objetivo da minha fala?
2.O que eu preciso que o outro entenda com o que estou dizendo?
3.O que eu espero que ele faça ou responda depois disso?
Essas três perguntas funcionam como um mapa. Elas direcionam a estrutura da fala, ajudam a cortar o excesso e trazem mais segurança. Além disso, ao organizar o pensamento, você elimina o uso desnecessário de vícios como repetições e inseguranças disfarçadas de muletas linguísticas.
Um exemplo muito comum é o uso excessivo do “né”.
Embora não seja um problema em si, quando repetido a cada frase, ele revela um pedido constante de aprovação, uma busca inconsciente pela concordância do outro.
É um indicativo claro de insegurança. O “né” só deve ser usado quando se deseja, de fato, a participação do ouvinte.
No fim das contas, comunicar-se bem é comunicar-se com intenção. E intenção exige reflexão.
Falar com clareza é consequência de pensar com clareza. E quem pensa com clareza, conquista respeito.